 [1]
Experimente fixar o olhar na primeira imagem. Entre muitas coisas que se pode identificar, o que fica evidente é a expressão de medo, espanto. Na segunda foto, este olhar já é mais pacífico, cansado, talvez, porém o que marca nesta foto é o rosto envelhecido, calejado. A foto mostrada acima é de dois momentos de Sharbat Gula, fotografada por Steve McCurry, National Geografic [2]. Na primeira foto, Sharbat possuía 12 anos, encontrava-se num campo de refugiados no Paquistão, em 1984. Esta menina foi encontrada após 17 anos pelo mesmo fotógrafo, o qual revelou a segunda imagem.
O que mais impressiona é o precoce envelhecimento do rosto desta jovem com 30 anos de idade. Agora casada, com filhos, possui um olhar sem medo. É dolorido ver a beleza desta jovem ter se destruído tão precocemente. Seu rosto é uma denuncia viva de como nossas sociedades atuais possuem a capacidade de desfigurar estas faces. Lembrando da reflexão anterior, estas fotos nos ajudam a sentir e a lembrar destas pessoas que foram marginalizadas e convite que se faz também é para uma travessia. Travessia na troca de olhar. Por parte daqueles que estão em situação privilegiada, trocar o olhar do estigma e da indiferença, pelo olhar da compaixão e da missão. Por parte daqueles que sofrem, trocar o olhar de medo, desespero, pelo olhar pacífico, daquele/a que tem força para questionar e lutar.
[1]Sharbat Gula. Fotos de Steve McCurry, National Geografic.
[2]Buchalla, Anna Paula. Só o olhar é o mesmo. Revista Veja. |
Um comentário:
Amigo os dois textos me tocaram bastante. As duas imagens das duas mulheres sao tocantes né? O olhar delas (olhos lindos por sinal), cheio de - sei lah, até desesperança - algo seco. E o texto entao, muito forte.
Que forte amigo!
Ah leandro faz um banner, quero colocar seu banner no meu blog.
Inté!
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